Bom dia, seguimos todo nosso ritual matutino, saímos do hotel com destino a Uruguaiana, viajar te ensina muitas coisas e uma delas é como cada detalhe pode mudar o resultado das coisas, explico, passamos na estrada por um posto só vendia Gnv, (gás natural), não tinha gasolina, esse fato mudou tudo neste dia, continuando na estrada, o Luiz e o Marcos aceleraram e sumiram na frente, eu ia a uma velocidade variando de 120 a 140 km/h, justamente por ter perdido o meu galão reserva de gasolina, não poderia andar muito mais rápido do que isso, para não ficar sem combustível e o Marcelo ia bem atras de mim, em muitos momentos não o via no retrovisor, como estávamos em uma autoestrada, para abastecer tínhamos que entrar na cidade mais próxima, abastecer e voltar para autoestrada, e mais um agravante, nós 4 nos orientávamos pelo gps, mas o Luiz e o Marcos usavam um mapa igual, eu usava um diferente e o Marcelo um outro diferente, tudo isso somado a diferença de velocidade que estávamos andando, gerou uma diferença tremenda entre o primeiro grupo e o segundo, como já estava na hora de eu abastecer, saímos Marcelo e eu da autoestrada para fazer o abastecimento e o gps nos pregou uma peça, nos forçando a darmos uma volta até conseguir voltar para a autoestrada, e com isso o primeiro grupo ficou uns 30 minutos esperando por nós, isso gerou um estresse e quando novamente nos encontramos chegamos a conclusão que deveríamos nos separar, pois não estávamos acompanhando o mesmo ritmo do primeiro grupo, e assim fizemos, eu ainda estava em duvida se ia para Uruguaiana ou se descia para o Uruguai, voltando por esse país, convidei o Marcelo para voltarmos pelo Uruguai, como a pouco tempo ele esteve no Uruguai ele disse que não queria passar por lá e me alertou sobre o preço da gasolina e os pneus de minha moto que já estavam quadrados e quase no fim da vida útil, achei melhor deixar para a próxima, tocamos rumo a Uruguaiana, em determinado momento nossos gps começaram a discordar do caminho, cada um mandava ir por um lado, acabamos seguindo o do Marcelo que nos fez sair da autoestrada, para rodarmos por uma estradinha de mão dupla no meio do nada, onde pude avistar passarinhos de todas as cores possíveis, ratos do mato, e outros bichos maiores como cavalos, vacas e ovelhas, todos soltos na beira da estrada, essa estrada aparentemente ligava nada a lugar nenhum, até que aparece uma placa Corrientes a 600 km, um sol de fritar ovo no asfalto, já tínhamos rodados quase 900 km com todo esse estresse foi minha vez de surtar, parei falei pro Marcelo eu vou parar na primeira cidade, não aguento mais, que merda de estrada que nós pegamos, vamos voltar a Corrientes, achando que tínhamos nos perdido novamente, a impressão que eu tinha é que o país não deixava eu sair dele, igual filme de terror que a casa não deixa as pessoas saírem de dentro dela, era assim que eu me sentia, o Marcelo e eu estávamos com pouco peso Argentino por ser o ultimo dia na Argentina, o cartão do Marcelo não passava na maioria dos postos de combustível, mais estresse, com medo de ficarmos sem dinheiro e sem gasolina, até que no meio do nada surge uma placa Uruguaiana, minha vontade foi parar e dar um beijo na placa, mas continuei, logo apareceu um posto, abastecemos e torramos quase todos os últimos pesos, após mais um 100 km rodados a ultima abordagem na Argentina, um policial nos parou pediu os documentos, e sem dar nenhuma desculpa nos pediu uma contribuicíon, eu disse que meu dinheiro havia acabado e só tinha tarjeta (cartão) e fui embora, primeira e ultima vez que tentaram tomar dinheiro meu nessa viagem, o dia indo embora e a noite chegando, como já contei nos relatos anteriores um dos faróis de milha led que instalei perdeu a lente, o farol original da moto que já não é muito bom com o protetor de farol que instalei ficou ainda pior, a noite chegou, eu não enxergava 15 metros á frente, para ajudar a pista estava para ser recapeada e com aquelas ranhuras que os profissionais fazem antes de jogar outro asfalto por cima, a moto ficava totalmente boba, pedi para o Marcelo rodar do meu lado para eu usar o farol da moto dele, isso sim é um farol, o farol da BMW R1200 GS em led com mais dois faróis de milha led originais Bmw - Morrad, iluminava tudo, rodamos mais um monte de km assim no meio de muitas e gigantescas carretas, chegamos na Aduana, eu fiquei olhando as motos em quanto o Marcelo dava saída na Argentina, e depois foi a minha vez, resolvido vamos para o Hotel, chegamos no hotel que o Marcelo conhecia, não tinha vaga, fomos em outro não tinha vaga, até que conseguimos um bem na saída da Aduana, fomos guardar as motos e para nossa surpresa as motos do primeiro grupo estavam na garagem do hotel, enviei um Zap pra eles perguntando se tinha cerveja no hotel que eles estavam, e fui tomar banho lavei algumas roupas e saímos para comer um lanche muito bem recomendado, que ficava a umas 8 quadradas do hotel, no meio do caminho o Marcelo resolveu voltar e eu continuei andando até encontrar a tal lanchonete, enquanto chegava o lanche tomei uma cerveja, saindo o lanche pedi outra e quase dormi ali mesmo na cadeira, resolvi voltar para o hotel, o engraçado é que eu não achava o hotel, encontrei uma família de Gaúchos que tomavam cerveja sentados em frente de casa e perguntei onde ficava o hotel eles me disseram que era exatamente para o lado contrario ao que eu estava indo, e disseram que era perigoso eu andar aquela hora da noite sozinho e chamaram um moto táxi, R$ 5,00 a corrida e la estava eu andando mais um pouco de moto, graças a Deus cheguei no hotel, exausto mais ainda vivo, continua...
Ultimo ou primeiro posto Argentino, na divisa com o Brasil
Aduana Argentina á esquerda da foto, e a direita entrada no Brasil
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